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"Ser de Candomblé não se limita ao fato de ter uma religião, é, sobretudo, um modo de vida".
Pai Lucas de Odé

terça-feira, 5 de julho de 2011

Correio do Estado acata esclarecimentos sobre suposto pai de santo do Montevidéu

Seis dias depois de veiculado o caso do "pai de santo" acusado de abusar sexualmente de crianças no bairro Montevidéu, em Campo Grande - MS, alguns órgão de imprensa acataram os esclarecimentos prestados pela sociedade religiosa do Candomblé, representada pelos sacerdotes mãe Zilá de Oyá e pai Lucas de Odé, dirigentes do Ilè Dará Agan Oyá Asé Elegbara Omodé.

A repórter do Correio do Estado, Laís Camargo telefonou para o Ilè Dará, na tarde desta terça-feira (5), para pedir esclarecimentos sobre o caso, sob a ótica religiosa. As informações foram prestadas pela Iyalorisá Zilá ti Oyá, sacerdotisa e adepta do Candomblé há mais de 35 anos. O texto a seguir traz na íntegra a notícia veiculada. Reparem na diferença de tratamento do acusado.

Precisamos reivindicar nosso direito de resposta sempre que situações como esta, envolvendo o nome da nossa religião, sejam um elemento facilitador da marginalização de nossa fé. Estamos mais tranquilos agora...

Homem que realizava rituais sexuais bizarros e abusava de menores está foragido

Família pediu medidas de proteção e garantia de que ele fique em cela individual caso se entregue

LAÍS CAMARGO 05/07/2011 18h00 
 
Já foi expedido o mandado de prisão do falso pai de santo que realizava rituais sexuais e abusou de três crianças, inclusive a própria filha, no Bairro Montevidéu, em Campo Grande. Ele está foragido e teve a casa incendiada no sábado (2); por isso a família entrou em contato com a DPCA (Delegacia de Proteção a Criança e o Adolescente) pedindo medidas de proteção e garantia de que o acusado, de 35 anos, fique em cela individual caso venha a se entregar.

A delegada responsável pelo caso, Regina Mota, já ouviu os depoimentos das crianças, que estão recebendo acompanhamento psicológico e médico em um abrigo. Duas filhas de 6 e 8 anos dos vizinhos e a própria filha de 5 anos de idade do falso religioso eram obrigadas a tocar os órgãos genitais dele para que “adquirisse força”. Ele também afirmava incorporar entidades e realizava sacrifício de cães e gatos, que pertenciam às crianças, deixando-as ainda mais perturbadas.

Os pais das meninas de 6 e 8 anos foram indiciados por abandono de incapaz e corrupção de menores, mas responderão em liberdade. Foi provado que eles não levavam as meninas para os rituais, que elas escapavam e iam por si sós até o local.

Religião

A Federação de Candomblé de Campo Grande não reconhece essa prática como parte dos rituais da religião. “O candomblé abomina esse tipo de comportamento, nossa sociedade desconhece essa pessoa como sendo Pai de Santo, ele não consta em nossos registros. A única coisa que explica esse comportamento é loucura e insanidade, isso não é religião”, afirma Mãe Zilá, diretora do conselho da federação. Quanto aos sacrifícios de animais, o candomblé realmente realiza, mas de maneira ritualística e não com cães e gatos, mas com animais aproveitados para alimentação posterior.

Nos trabalhos feitos pelo acusado, a intenção seria unir os casais e dar mais força para o homem. As pessoas ficavam nuas e ele colocava álcool nos órgãos genitais femininos, pedindo que as mulheres se beijassem. Quando as crianças foram ouvidas, ficou esclarecido que elas não participavam desses trabalhos, mas acompanhavam os pais e viam tudo acontecer, já que a casa era pequena.

O falso pai de santo foi indiciado por estupro de vulnerável e maus tratos a animais e pode pegar até 15 anos de prisão.

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