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"Ser de Candomblé não se limita ao fato de ter uma religião, é, sobretudo, um modo de vida".
Pai Lucas de Odé

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Os louros da nossa vitória! Religiosos de matriz africana ganham destaque na imprensa de MS

TVMorena:


Federação faz protesto contra suposto pai de santo



CorreiodoEstado:


Religiões afro-brasileiras chamam

atenção para regulamentação


LAíS CAMARGO 
foto
Foto: Valdenir Rezende
Campo Grade possui 600 terreiros registrados e vários outros na ilegalidade


Pessoas vestidas de branco, atabaques e cantos. Duas senhoras passam pelo centro da Praça Ary Coelho e fazem o sinal da cruz, apertando o passo. É justamente essa imagem que os seguidores dos cultos afro-brasileiros querem quebrar na manifestação que está acontecendo esta manhã na Capital. “Somos um povo de fé, temente a Deus, como outras religiões”, exalta Lucas Junot, babalorixá de candomblé, também chamado de zelador de orixá ou popular e erroneamente conhecido como pai de santo.
Um dos principais motivos para a manifestação é o recente caso de um falso pai de santo que abusava sexualmente de crianças e fazia sacrifícios de cães e gatos em rituais. “Esse caso foi um choque para nós, porque é uma religião de muitos princípios. Não aceitamos alteração de consciência, cultuamos a natureza, lidamos com o cuidado das pessoas”, explica a Yalorixá, Mãe Zilá.
Regulamentação
Com 25 anos de existência, a Fecams (Federação dos cultos afro-brasileiros e ameríndios de Mato Grosso do Sul), afirma que em Campo Grande existem 600 terreiros registrados e em Corumbá o número chega a 1.200. “A Lei estadual 910, de 1989, fala que a liberdade de culto está sujeita à fiscalização e que quem determina se a pessoa é ou não pai de santo, é a federação”, afirma Irbs, presidente do órgão.
Para regulamentar o funcionamento de um terreiro é necessário levar o histórico e o endereço do local até a Fecams para receber o alvará. Há ainda o disque-denúncia, para desarticular o charlatanismo, o 3380-1005.


DiárioDigital:







UHNews:

Măe Zilá: Se fosse um Padre consultariam o Vaticano

Na manhã deste sábado (9) adeptos e simpatizantes das religiões do Candomblé e Umbanda fizeram um protesto na Praça Ary Coelho contra a intolerância religiosa. A Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul (Fecams) organizou o manifesto depois que foi noticiado que um suposto pai de santo abusava sexualmente de crianças.


Segundo o diretor social do Conselho de Candomblé da Fecams, o objetivo do protesto é mostrar a sociedade Sul Mato-grossense que eles são um povo de fé, organizado, de boa conduta e adeptos dos bons costumes. “Estamos aqui para dizer que não haja espaço aos charlatões, que não haja terreiros ilegais que precisamos nos unir para que nossa fé ganhe o espaço e o merecimento que têm. E dizer não a marginalização de matrizes africanas”, ressalta Lucas Junot.


Para realização do manifesto, ouve uma reunião com 60 lideranças religiosas que traçaram diretrizes de como agir diante do charlatanismo. “A sociedade do Candomblé e da Umbanda ficou muito revoltada com essa situação então resolvemos fazer esse manifesto”, explicou mãe Zilá.






Com muita música, atabaques, pessoas vestidas de branco e com cartazes pedindo fim da intolerância, o protesto foi marcado pela alegria, simpatia e curiosidade de quem passava por ali. “É um protesto para mostrar que nós temos união e que dentro da nossa religião isso não existe. Nossos cartazes falam disso, por que nós abominamos esse tipo de atitude desse suposto pai de santo e para que a imprensa mais para frente, quando surgirem casos como esse, procure saber e investigar a procedência da pessoa”, analisa Mãe Zilá.



Itens Relacionados 

Midiamax:

Praticantes protestam contra preconceito e falsos sacerdotes de religiões afro-brasileiras


Rodson Willyams

O episódio de um homem que, se apresentando como 'pai-de-santo', teria abusado sexualmente de crianças durante supostos rituais religiosos, provocou a reação dos praticantes de religiões afro-brasileiras e ameríndias, como o candomblé e umbanda.
Neste sábado (9) eles realizaram um protesto no centro de Campo Grande em repúdio ao caso policial e ao preconceito. Vestidos à caráter, praticantes chamaram a atenção na Praça Ary Coelho e explicaram detalhes dos cultos afro-brasileiros desconhecidos pela maior parte da população.
De acordo com o presidente da Federação dos Cultos Afro-Brasileiros e Ameríndios do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecams), Irbs Barbosa dos Santos, é necessário esclarecer e tranquilizar a população. “Nós queremos deixar bem claro a toda população que este homem não era filiado à Fecams. Nós não o conhecíamos, ele não fazia parte do nosso meio. Todos nós aqui somos pessoas idôneas e de respeito”, explica.
Para o presidente, o caso do homem que se passou por falso sarcedote pode acontecer. “Hoje somos 5 mil templos no Estado, mas apenas 600 são filiados à Federação. Isto que aconteceu pode acontecer novamente. Por isso, nós já procuramos o apoio policial para coibir", conta.
A yalorisá Mãe Zilá, de 55 anos, diz que nem o termo 'pai-de-santo' é usado mais. “Hoje não se utiliza esses termos mãe-de-santo ou pai-de-santo. Nós somos yalorisá, babalorisá, ou simplesmente sacerdotes. A expressão 'centro espírita' também não se utiliza mais. No nosso caso, temo templos. E hoje nós queremos que a população saiba que somos pessoas idôneas, que temos a nossa religião", resume.
Ela revela que, logo após o caso se tornar público, chegou a temer pela própria segurança. “Eu fiquei com muito de ser apedrejada na rua, e tudo por causa de uma pessoa que a gente sequer conhece”, comenta.
FECAMS
Segundo o presidente da Fecams, quem mantém templos deve se filiar à Federação. “Nós queremos que todos fiquem amparados pela lei estadual 910, que prevê que o templo só pode funcionar com um alvará, que nós emitimos. Desta forma, a população vai poder ser certificar sobre a idoneidade da pessoa”, explica.
Quando os requisitos para filiação são atendidos, a entidade emite um laudo e uma carteirinha, além de uma certidão de idoneidade, para os frequentadores se certificarem de que é um templo reconhecido.

Diferenças
As diferenças entre ritos muitas vezes causam confusão. Segundo o preticante de uma religião afro-brasileira Luiz Junot, de 54 anos, candomblistas seguem uma religião africana e cultuam orixàs, enquanto umbandistas têm raízes religiosas indígenas e cultuam pretos-velhos, numa religião exclusivamente brasileira. "Eles colocaram as imagens dos santos da Igreja Católica para cultuar seus orixás”, explica.
Amparim Lakatos
Famílias praticantes se reuniram no centro de Campo Grande contra o preconceito

Ainda segundo ele, todas as religiões praticam o bem. "A nossa não é diferente. Praticamos o amor e todos somos irmãos”, conclui.









CampoGrandeNews:


Religiosos pedem fim de preconceito e alertam sobre aproveitadores

“Não existe isso de ‘trago seu amor em sete dias’”


Aline dos Santos e Anny Malagolini

Protesto em praça foi ao som de atabaques. (Foto: Anny Malagolini
Comuns no vocabulário popular, termos como pai de santo e macumba nem existem oficialmente no candomblé e na umbanda.Na tentativa de esclarecer equívocos e mudar a visão pejorativa sobre as crenças de matriz africana, um grupo de religiosos foi à praça Ary Coelho, coração de Campo Grande, neste sábado.

Ao som de atabaques e com cartazes pedindo fim da intolerância, o protesto foi motivado após a imprensa divulgar que um pai de santo abusava sexualmente de crianças durante rituais no Jardim Montevidéu.

De acordo com o sacerdote Luiz Junot, além de nem existir o nome pai de santo no candomblé, o acusado em questão não tem registro na Fecams (Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul).

“O sacerdote é tratado apenas como pai”, explica Junot. Segundo ele, são necessários sete anos para a pessoa chegar ao posto de sacerdote. “Essa pessoa não é sacerdote, mas um doente”, salienta.

Ele ainda explica que não existe o termo macumba, mas sim trabalhos. Para o grupo, as crenças sofrem preconceito pela origem ligada aos escravos e, agora, pela ação de aproveitadores.

“Não existe isso de ‘trago seu amor em sete dias’. Não temos poderes. O único poder é a espiritualidade para fazer o bem”, afirma o sacerdote Irbs Barbosa do Santos, representante da umbanda.

Os religiosos enfatizam que os mal intencionados se aproveitam das fragilidades humanas, como a busca por amor e dinheiro. Uma das exigências é que o sacerdote tenha idoneidade moral.

Sobre a prática de sacrificar animais, a explicação é que o sangue aspergido significa vida. Já a carne é consumida ou doada. De acordo com Irbs, nas celebrações da umbanda não há sacrifício de animais.

“No culto do candomblé, são sacrificados seis cabritos e seis galinhas”, explica Irbs. A dança e o canto dos religiosos chamaram a atenção na praça. Evangélica, Maria Oliveira conta que já frequentou terreiros. “Acho muito lindo a cultura deles”, afirma.

Conforme dados da Fecams, em todo estado estima-se que existam 7 mil terreiros registrados, 400 em Campo Grande e 600 deles em Corumbá.

Crime - A Polícia Civil chegou até ao acusado de estuprar crianças durante rituais após denúncias. Ele foi detido, ouvido e liberado. Em seguida, foi pedida a prisão preventiva e o homem está foragido.

Conforme a denúncia, ele dilacerava galinhas vivas na frente das vítimas. Em seguida, ficava nu e as mandava tocar no seu órgão genital, alegando que iriam ganhar força. O sangue dos animais era espalhado pelo corpo das crianças. A casa do acusado foi incendiada.

Um comentário:

  1. Amigos, apesar de muitos esclarecimentos, algumas matérias contém informações que foram mal compreendidas e alguns equívocos foram cometidos.

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