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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Alerta aos religiosos de matriz africana e cultos ameríndios

Caros amigos e irmãos de fé, trago nesta segunda-feira um texto que foi publicado no jornal paulista "Folha Metropolitana", onde o senhor Castelo Hanssen discorre sobre o Projeto de Lei 3030 de 2005, de autoria do vereador Wagner Freitas, que  tramita na Câmara Municipal de Guarulhos. O fato é que alguns vereadores estão prevendo uma alteração na lei do vereador José Luís que proíbe espetáculos com animais. O projeto visa ainda PROIBIR O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS NOS CULTOS RELIGIOSOS. Veja abaixo o texto:

"Liberdade de culto sim, Crueldade não

Por Castelo Hanssen

A Câmara Municipal de uma cidade da Grande São Paulo aprovou há tempos um projeto de lei proibindo o sacrifício de animais nos cultos religiosos em que essa prática é decorrente. Não faltaram vozes iradas acusando os vereadores de estarem praticando ato contra a liberdade de culto. Outros, mais irados os acusaram de racismo, pois tais cultos são de origem africana. Grande besteira, pois esses cultos são praticados por pessoas de todas as etnias, da mesma forma que a Igreja Católica Apostólica Romana não é praticada apenas por latinos.

Este escrevinhador entende que os vereadores daquela cidade estão corretíssimos. Há que se preservar toda liberdade de cultos e de culturas, mas todo ato de crueldade deve ser banido, se possível através de conscientização e convencimento. Do contrário, deveriam ser permitidas práticas de bruxaria, muitas vezes com sacrifícios de pessoas humanas. Todas as civilizações primitivas cometem ou cometeram atos de crueldade. Os deuses primitivos eram cruéis e exigiam sacrifício para não punir os mortais. A vida era difícil e as pessoas precisavam ser fortes e insensíveis para sobreviver. Mas já estamos no Terceiro Milênio, está na hora de acabar com o culto à violência e força física.

A crueldade contra animais tem sido condenada através de lei. O abate de animais para consumo (já que a cadeia alimentar é uma lei natural) deve ser praticada com menos sofrimento possível. Pseudo esportes que implicam em crueldade, como rinha de galos, touradas e outros já são proibidos no Brasil. Até na Espanha, onde as touradas são tradição cultural, esse esporte começa a ser combatido por leis regionais. Enquanto redijo esse artigo, tramita na Câmara Municipal de Guarulhos o projeto de lei 3030 de 2005, de autoria do vereador Wagner Freitas, prevendo uma alteração na lei do vereador José Luís que proíbe espetáculos com animais.


O projeto altera o artigo 26, de forma a permitir a realização de rodeios e cavalhadas. Os rodeios no Oeste americano e as festas do peão de boiadeiro no interior do Brasil originam-se na doma de potros selvagens ou redomãos. Mas hoje o espetáculo é realizado com animais domesticados, mansos, e para que eles se revoltem e tentem derrubar os peões são submetidos a maus tratos. Essa tradição não pode ser mantida se quisermos ser considerados povos civilizados. Faço um apelo aos vereadores Gileno, Zuquila e Unaldo, da Comissão de Esportes e Lazer da Câmara, para que deem parecer contrário ao projeto, para que ele não vá à Ordem do Dia. Se for, espero que a maioria dos nossos representantes o rejeitem."


Fonte: Folha Metropolitana


*Aristides Castelo Hanssen (São Paulo, 3 de setembro de 1941) é um jornalista brasileiro. É fundador do Colégio Brasileiro de Poetas de Mauá, do grupo Literário Letraviva de Guarulhos e da Academia Guarulhense de Letras. É presidente honorário da Sociedade Guarulhense de Cultura Artística.

ENTENDA O CASO
Veja ainda o texto publicado no site da Câmara Municipal de Guarulhos no dia 14 de abril de 2011:


Vereadores discutem liberação de animais em espetáculos

Vereador Wagner Freitas defende a alteração possibilitanto a realização dos eventos
A possibilidade ou não de Guarulhos abrigar espetáculos com a utilização de animais voltou a ser debatida na Câmara Municipal de Guarulhos. Desde 2004, uma lei de autoria do vereador José Luiz Ferreira Guimarães (PT) impede o uso de qualquer espécie de animal em atividades de entretenimento.

Em contrapartida, desde 2005, o vereador Wagner Freitas (PR) tenta aprovar uma nova legislação suprimindo o artigo 26 da lei nº 6033/2004, que trata do Código de Zoonoses, banindo especificamente a expressão: rodeios e cavalhadas. No momento, o projeto está nas Comissões Técnicas para análise e emissão de parecer credenciando o texto a ir à votação em plenário.

Se o projeto for aprovado, todos os espetáculos, inclusive circenses, que se apresentarem em Guarulhos, poderão utilizar animais. Wagner Freitas é ligado aos grupos que participam e gostam de rodeios.

Em 2009, o projeto chegou a ser pautado e rejeitado. Na ocasião, houve manifestações na Câmara Municipal, tanto de grupos contrários à utilização de animais, quanto de adeptos dos rodeios. Durante audiência pública realizada, às vésperas de o projeto ir à votação, a discussão entre os grupos pró e contra foi acirrada. Especialistas estiveram na Câmara e debateram sobre o tema. A maioria criticou o uso de animais.

Nesta semana, a discussão voltou à Ordem do Dia. Na terça-feira, Conceição Aparecida de Azevedo, ativista de defesa dos Direitos dos Animais, ocupou a Tribuna Livre pedindo a rejeição do projeto assinado por Freitas. “Pesquisas feitas no mundo todo mostram que as pessoas não vão a festas para ver os animais sendo torturados, mas sim seus artistas preferidos. Eles dizem que o animal é bem tratado, mas não é. Os animais são torturados na arena. Não queremos mais essa violência”, disse ela.

DEBATE TÉCNICO

O autor do projeto garante querer um debate técnico sobre o tema. “Não quero que resvale para a questão pessoal. Tem de haver respeito acima de tudo”, disse ele. Segundo Freitas, rodeio é esporte federal, portanto já existe legislação e ela deve ser respeitada. “O julgamento do rodeio aqui é meramente político. Defendo o rodeio porque está no meu coração”, afirmou.

Na tribuna, o vereador reclamou do fato de vir recebendo ofensas, por meio de mensagens eletrônicas, por ser ele autor do projeto e defensor dos rodeios. “Eu respeito quem não concorda com o rodeio, mas não fique me ofendendo”, disse.

Segundo Freitas, a bancada nacional do PT apoia o rodeio e manda recursos federais para as cidades de todo o país onde esses eventos são realizados. Ele disse que dará um prazo de 15 dias para parar as ofensas, do contrário tomará outras atitudes.

CUSTO ALTO

Do outro lado, a vereadora Luiza Cordeiro (PC do B) defende que as cidades onde a prática de rodeio é comum, devem encontrar novas formas de movimentar a economia. “Ficou claro na audiência pública realizada em 2009, por meio de dados técnicos e científicos, que os animais têm a mesma estrutura anatômica do ser humano. Normalmente, os animais não corcoveiam, nem pulam nos pastos ou nos seus habitats naturais”, disse ela.

Para Luiza, isso só ocorre quando eles são submetidos a instrumentos que provocam profunda dor como nas atividades de rodeio. “O ser humano não pode se divertir a custa do desespero e maus tratos aos animais”, concluiu.

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