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"Ser de Candomblé não se limita ao fato de ter uma religião, é, sobretudo, um modo de vida".
Pai Lucas de Odé

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O centenário de um gênio - Carybé 100 anos

Em 2011 comemora-se o centenário de nascimento de Carybé, o mais brasileiro dos artistas argentinos. O homem que alegrou aos olhos do povo de santo com suas magníficas obras. Você pode até não saber quem é Carybé, mas com absoluta certeza já viu seu trabalho. O cabeçalho do Blog do Ilè Dará traz uma de suas obras, no canto superior direito. Particularmente penso que nenhum ouro artista retratou com tamanha perfeição e dignidade o cotidiano e a cultura dos candomblessistas. Para comemorar o centerário de nascimento do artista, o IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus apresenta uma exposição que traz 14 obras de Carybé pertencentes à coleção Castro Maya, além das edições especiais dos Cem Bibliófilos e da Muito Leal, mais cartas e documentos provenientes do acervo. 

Em destaque, os desenhos que originaram as gravuras para Macunaíma e outros que retratam o carnaval, as brincadeiras infantis e atividades econômicas populares, como a pesca com rede.

Onde: Museu Chácara do Céu – Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Teresa
Quando: Até 4 de julho
Informações: (21) 3970-1135
Horários: Diariamente, exceto às terças-feiras, das 12h às 17h. Entrada franca às quartas.

Biografia

Hector Julio Páride Bernabó ou Carybé (Lanús, 7 de fevereiro de 1911 — Salvador, 2 de outubro de 1997) foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceramista, escultor, muralista, pesquisador, historiador e jornalista argentino naturalizado e radicado no Brasil.

Durante a época que morou no Rio de Janeiro, foi escoteiro. Lá, era costume cada um ser identificado por um nome de peixe e ele recebeu o apelido de Carybé (nome de um tipo de piranha). O artista usou-o então como alcunha no lugar do seu nome de batismo, muito parecido com o do seu irmão, também pintor.

Fez cinco mil trabalhos, entre pinturas, desenhos, esculturas e esboços. Ilustrou livros de Jorge Amado e Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Era obá de Xangô, posto honorífico do candomblé. Faleceu na varanda da casa de Xangô, do Ilê Axé Opô Afonjá, lugar que adorava.

Uma parte da obra de Carybé se encontra no Museu Afro-Brasileiro de Salvador. São 27 painéis representando os orixás do candomblé da Bahia. Cada prancha apresenta um orixá com suas armas e animal litúrgico. Foram confeccionadas em madeira de cedro, com trabalhos de entalhe e incrustações de materiais diversos, para atender a uma encomenda do antigo Banco da Bahia S.A., atual Banco BBM S.A., que os instalou em sua agência da Avenida Sete de Setembro, no ano de 1968.

FORMAÇÃO ACADÊMICA

1925 - Inicia atividades em artes freqüentando o ateliê de cerâmica do seu irmão mais velho, Arnaldo Bernabó, no Rio de Janeiro.

1927-1929 - Freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro

1958 - Recebe bolsa de estudos em Nova Iorque, Estados Unidos da América.

CRONOLOGIA (relacionada à religião)

1919 - Muda-se para o Brasil. 

1921 - É batizado com o nome Carybé pelo grupo de escoteiros do Clube do Flamengo, no Rio de Janeiro.

1950 - A convite do secretário da Educação Anísio Teixeira, muda-se para a Bahia, produzindo naquele ano dois painéis para o Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Escola Parque), em Salvador, Bahia.

1950-1997 - Fixa residência em Salvador, Bahia.

1967 - Recebe o Prêmio Odorico Tavares - Melhor Artista Plástico de 1967, em concurso instituído pelo governo do estado para estimular o desenvolvimento das artes plásticas na Bahia; realiza o Painel dos Orixás para o Banco da Bahia (atualmente cedidos ao Museu Afro-Brasileiro da UFBA) (Salvador, BA).

1979 - Produz xilogravuras para o livro Sete Lendas Africanas da Bahia, lançado pela Editora Onile.
1981 - Publicação do livro Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia (Ed. Raízes), após trinta anos de pesquisas.

1983 - Realiza painel para a Embaixada Brasileira em Lagos, na Nigéria. 

1984 - Recebe a Comenda Jerônimo Monteiro no Grau de Cavaleiro (Espírito Santo); recebe a Medalha do Mérito Castro Alves, concedida pela Academia de Letras da UFBA; realiza a escultura em bronze Homenagem à mulher baiana, no Shopping Center Iguatemi (Salvador, BA).

1995 - Ilustração do livro O uso das plantas na sociedade iorubá, de Pierre Verger (São Paulo, SP).

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